Pedro Wilson Guimarães recebeu o troféu "Vida Dedicada aos Direitos Humanos" das mãos da jornalista Laurenice Noleto, que fez a apresentação de sua trajetória na solenidade de premiação. Texto de Laurenice Noleto: "Pedro Wilson Guimarães é o cidadão goiano mais identificado com as lutas pelos Direitos Humanos. Ele está com 77 anos de idade, é formado em Direito e Ciências Sociais e passou a maior parte de sua vida como professor - profissão pela qual fez questão de se aposentar, mesmo já tendo sido vereador, Prefeito de Goiânia e, por três vezes, eleito deputado federal por Goiás, pelo PT, partido que ajudou a fundar e ao qual sempre foi filiado. Na política, Pedro chegou à presidência da Comissão Nacional dos Direitos Humanos e, no magistério, a Reitor da Universidade Católica de Goiás. Nos tempos duros da Ditadura Militar, atuou - “com outros companheiros” como sempre faz questão de ressaltar e até citar nomes - nas lutas estudantís pela redemocratização do país; pela anistia e por eleições livres; no movimento das Diretas Já e por uma nova Constituição; um lutador permanente dos movimentos sociais e populares dos direitos humanos; de fé e política; de defesa do meio ambiente e especialmente do Cerrado; e está sempre presente nas atividades dos partidos políticos de esquerda comprometidos com a construção de uma nova sociedade, onde todo o povo trabalhador tenha direito “ao pão e ao mel”."
Frei Marcos Sassatelli recebeu o troféu "Vida Dedicada aos Direitos Humanos" das mãos do Professor e Mestre em Educação e também biógrafo Francisco Leal, e da Irmã Sandra, que fizeram a apresentação de sua trajetória na solenidade de premiação. Texto de Francisco Leal: "Frei Marcos nasceu em 08 de maio de 1939 no povoado de Massa município di Toano, Itália e por isso está completando esse ano 80 anos. É doutor em Filosofia pela USP e professor aposentado pela UFG. É Padre Dominicano exercendo a 53 anos, o magistério do sacerdócio. Entrou para a Ordem em 1951 então com 12 anos. Ordenou no dia 09 de julho de 1966 na Basílica de São Domenico em Bolonha, Itália. Sua primeira missa foi celebrada na Paróquia São Miguel Arcanjo de Massa, cidade onde frei Marcos nasceu. Em novembro de 1967 escolhe a América Latina para viver por toda a vida partindo de seu país com destino a cidade de São Paulo.. Lá ficou até 1969 depois vindo para Goiânia. Aqui realizou junto com o Arcebispo D. Fernando um belo trabalho pastoral. Em 1974 criou a Paróquia Cristo Ressuscitado na Comunidade do Parque Amazônia. Ali ficou durante 14 anos. Trabalhou em Belo Horizonte na Paróquia de Aarão Reis. Retornando a Goiânia assumiu o trabalho pastora no Parque Anhanguera e logo depois assumiu o Vicariato Oeste da Arquidiocese de Goiânia concomitantemente a Paróquia do Jardim Curitiba, onde está até hoje. Mas um trabalho que marcaria para sempre sua vida foi o conflito no Parque Industrial com policiais onde Frei Marcos à serviço da vida estava ali presente toda forma de violência em que morreram dois jovens, deixou um paraplégico e mais 14 feridos. Frei Marcos ao longo da trajetória como profeta sempre defendeu a vida dos mais pobres, esse compromisso social está raiz de sua fé e de sua prática."
Maria Delma Costa recebeu o troféu "Vida Dedicada aos Direitos Humanos" das mãos de Marina Santana, que fez sua apresentação na solenidade de premiação. Texto de Marina Santana: "Ainda adolescente, Delma se dispôs a alfabetizar as crianças que moravam nas proximidades da fazenda para onde a família se mudou, montando uma escola improvisada, com quadro feito de latas, em uma espécie de paiol, conta sua irmã Simone. Posteriormente, Delma se graduou em Mineração no IFG. Nossa amizade vem mais propriamente de quando ambas éramos vereadoras - a Delma em Nerópolis e eu em Goiânia. Soube então que sua fama como liderança comunitária cresceu na região quando, junto com a comunidade de Vila Rica, precisou resistir diante da contestação de autoridades sobre o uso de um terreno para a construção da igreja que queriam. Delma foi a primeira mulher a assumir a Câmara de Vereadores de Nerópolis e a ser sua presidenta, por duas vezes, sempre em consonância com as causas populares e lutas por direitos humanos, exercendo honrados e produtivos mandatos. Em seguida, deixou de ser candidata novamente e passou a se dedicar intensamente à Cara Vídeo e seus inúmeros projetos, com Padre Sérgio e muitos companheiros e companheiras. Hoje, o Centro Cultural Cara Vídeo abriga muitos dos movimentos populares que não teriam sua sede ou onde se reunir, não fora o acolhimento a partir da solidariedade e compromisso político de Delma. Cabe perfeitamente à Delma essa homenagem. É uma mulher que respira direitos humanos, amor e dedicação às mais belas causas."
2021 – Prêmio de Direitos Humanos Dom Tomás Balduino